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Uma História de Amor

O início
A história do Lar da Criança é feita de amor, desafios, lágrimas e vitórias. Em “*24 de outubro de 1954, D. Frida Liebich, esposa do senhor Henrique Liebich, realizou o parto de uma moça solteira que havia vindo para a fazenda com o pretexto de trabalhar, mas, na verdade queria ter o filho longe da família, “dar” a criança e voltar como se nada tivesse acontecido. Um casal de idosos agregados na fazenda Liebich a abrigou em sua casa e queria adotar a criança. Porém, quando o menino nasceu, o casal estava enfermo e desistiu da adoção. D. Frida, além de fazer o parto, prestou assistência ao bebê, à mãe e ao casal. Quando o menino tinha oito dias de vida, a mãe o abandonou, deixando-o com o casal. Quando D. Frida chegou para dar assistência, encontrou o casal desesperado. Então, ela trouxe o menino com ela e, como amamentava seu filho Roberto de quatro meses, passou a amamentar também o menino a quem deu o nome de Astrogildo. O senhor Henrique notificou o Juizado de Ijuí e recebeu a guarda provisória da criança”.



A oficialização da Instituição (fundação) aconteceu no dia 11 de fevereiro de 1961 sob o nome de “Orfanato Batista Henrique Liebich”. Com o número de crianças crescendo, cresciam também as dificuldades, exigindo do casal e seus filhos muito esforço e abnegação. Zidrone Liebich a filha mais velha, ainda residindo na casa dos pais, passou a assumir integralmente a responsabilidade como conselheira e professora das crianças. Como secretária do Lar fez parte da primeira diretoria sendo seu pai, Henrique Liebich, o presidente.“Em 1969, o Pastor Horst e Bertraund Borkowski vieram ao Brasil e à Argentina. Ele veio para fazer conferências evangelísticas nas Igrejas de fala alemã e ela para visitar os grupos de mulheres e auxiliá-las com treinamentos. Vindo a Ijuí para um encontro de senhoras ( onde ela foi preletora ), Tia Mimi falou-lhe sobre o orfanato Liebich e também a acompanhou para uma visita. Ela contou a seu marido sobre o Orfanato e ambos ficaram comovidos com essa obra. Voltando para Alemanha, começaram a fazer uma campanha para ajudar a trazer energia elétrica para o Orfanato”.


Nos anos 70, o senhor Henrique ficou gravemente enfermo. “Mas nunca se queixava e sempre agradecia a Deus por tantas bênçãos recebidas durante sua vida (…) Em suas orações, fazia suas as palavras de Davi nos Salmos 18:1-3. “Eu te amo, ó Senhor força minha. O Senhor é a minha rocha, a minha cidadela, o meu Deus, o meu rochedo em quem me refúgio; o meu escudo, a força da minha salvação, o meu baluarte. Invoco o Senhor, digno de ser louvado!”    
Frente  as dificuldades para a manutenção do Orfanato, Zidrone solicita ajuda a senhora Maria Berta Junge ( Tante Mimi, esposa do Pastor Ditmar Junge ), que decide escrever uma carta  ao Pastor Horst Borkovski solicitando ajuda. Pastor Horst então mobiliza as igrejas batistas da Europa ( e desta forma  surge a MASA – Ações Missionárias para a América do Sul ) para ajudarem no sustento financeiro e também construção do novo orfanato, agora em Ijuí. Também nesta década, retorna ao Brasil a filha de Henrique e Frida Liebich, Sibila, que juntamente com o esposo, Pr. Werner Geiger, abraçam este ministério. Pr. Werner trabalhou no Lar, de 1974 a 1979, na função de administrador.


“*Pastor H. Borkowski era um homem de grande visão, de amor a Deus e às pessoas necessitadas. Consciente da missão grandiosa e urgente que estava sob a sua responsabilidade de conduzir a “Ação Missionária para a América do Sul”, viu na construção do Lar da Criança “Henrique Liebich”, uma porta aberta para a primeira ação missionária. Para executá-la, transformou sua casa em escritório, organizou sua grande equipe de voluntários da Igreja Batista em Dissildorf, da qual era pastor, para preparar e enviar material para a campanha. Sua esposa, Bertraud, junto à União Feminina das Igrejas Batistas da Alemanha, se tornaram grandes aliadas da campanha em suas Igrejas”
Em 08 de maio 1973, aos 61 anos, ocorre o falecimento de  Henrique Liebich.  Frieda viveu vinte e nove anos como viúva e faleceu aos 89 anos, no dia 14 de Outubro de 2002.

O Lar em Ijuí: Em assembleia no ano de 1973, a Sociedade Batista de Beneficência TABEA, responsável pela gerência das instituições sociais da Convenção Batista Pioneira do Sul do Brasil, assume definitivamente a administração do Orfanato dando continuidade ao sonho que nasceu no coração da família Liebich e passando a denominá-lo “Lar da Criança Henrique Liebich”. *Os recursos foram disponibilizados pelas ofertas da Alemanha ( com as quais se começaria a construção em Ijuí, cidade escolhida para receber as novas estruturas do orfanato ) e da própria família criadora do orfanato, os Liebich, que doaram um terreno, os móveis já utilizados e uma quantia em dinheiro. O terreno adquirido foi de 40.000m2 ( quatro hectares ), no formato de casas lares geminadas. O primeiro bloco residência foi inaugurado em 22 de fevereiro de 1976; o segundo bloco, casa do diretor e sede administrativa em  6 de março de 1977, como parte do programa de encerramento da Assembleia da Convenção Batista Pioneira realizada em Ijuí.



Em 19 de novembro de 1978, ocorre a inauguração oficial das novas instalações do Lar da Criança Henrique Liebich, com cinco blocos residenciais, sede administrativa, casa do diretor e do horticultor.

Granja Tabea
*Em 1982, a Igreja Leta doou 23,6 hectares de terras para a Tabea, incentivada por um de seus membros. Em janeiro de 1985, ele mesmo doou outros 49 hectares. Seu nome era Alberto Daniel, que nunca tivera filhos, mas não escondia sua paixão por crianças. As terras do sr Alberto, da Linha 11, somadas a outros hectares adquiridos, formaram a Granja Tabea, responsável, até o ano de 2012, pelo fornecimento de   leite, carne, verduras, cereais e alimentos para o Lar da Criança, quando então foi arrendada . Em 2017, é encerrado o arrendamento do Tambo de Leite com os arrendatários e, em 2018, a Convenção Batista Pioneira do Sul do Brasil assume, administrando  juntamente com o. Acampamento Batista Pioneiro (ABP), e potencializando, desta forma,  a prestação de serviços do Acampamento Batista Pioneiro.

Núcleo Social de Ijuí: novo programa social
O Núcleo Social de Ijuí, serviço de convivência e fortalecimento de vínculos, foi oficialmente inaugurado em 01 de agosto de 2008 e nasceu a partir da percepção e questionamentos sobre a situação social em que se encontravam crianças e adolescentes do município, especialmente das comunidades vizinhas à Instituição.
Frente a esta necessidade, percebeu-se a urgência de se proporem programas educativos que beneficiassem a promoção, a proteção e inclusão social de segmentos, vulnerabilizados pela situação de risco social. O programa é desenvolvido em turno inverso à escola, para atendimento a crianças e adolescentes moradores de bairros adjacentes à Instituição, não participantes de outros programas sociais, com idades de 6 a 16 anos, devidamente matriculada e frequentando a escola regular, através de oficinas educativas, culturais, recreativas e profissionalizantes, promovendo a inclusão social e a cidadania. Além das oficinas e projetos, o programa também oferece apoio multidisciplinar e refeições balanceadas.

Atualização do patrimônio:
Em 2016, foi desmembrada 22.700,35m2 da área total da Instituição (46.000m2) para a criação do Loteamento Primavera, sob forma de 39 terrenos, área de convivência comum e área de preservação permanente (APP).

Encerramento do programa de acolhimento institucional:
Frente aos novos desafios e demandas sociais que tomaram vulto pelas próprias mudanças que ocorrem nos núcleos familiares e na sociedade brasileira, entendeu-se que a Instituição também precisava promover mudanças e redirecionamentos para atender e contribuir com a manutenção da qualidade de vida e a promoção da dignidade humana na comunidade onde atua. Desta forma, em assembleia extraordinária realizada no dia 18 de agosto de 2017 a Associação Batista de Beneficência Tabea, mantenedora do Lar, decidiu pelo encerramento do programa de acolhimento institucional da Instituição, que ocorreu, efetivamente em fevereiro e março de 2018 com a transferência dos acolhidos e desligamento por maioridade civil, devidamente encaminhados.

Fonte/textos extraídos*:
Revista: “Liebich, Uma História de Fé, Esperança e Amor”, de Zidrone Liebich
Livro “Os Pioneiros” – 100 anos de História da Convenção Batista Pioneira do Sul do Brasil.